quarta-feira, 25 de outubro de 2017

REDENÇÃO


REDENÇÃO – Significa "comprado e libertado".e é usada no Novo Testamento aplicada a Israel e também aos Cristãos.
Em relação a Israel, historicamente a nação foi redimida ou libertada da escravidão do Egito pelo poder de Deus por meio de Moisés (Êx 6:6, 15:13, etc.). Mas a redenção completa e final de Israel de seus inimigos ainda é futura, quando o Senhor aparecer (Lc 21:28). Em um sentido exterior a redenção deles poderia ter ocorrido quando o Senhor veio pela primeira vez (Lc 1:68, 2:38). Porém, Ele foi rejeitado por Seu povo (Is 53:3; Jo 1:11). Consequentemente, a redenção de Israel como nação foi adiada para o futuro (Lc 24:21). Quando o Senhor aparecer, Ele redimirá um remanescente dos Judeus e das dez tribos, e assim os libertará de todo poder adversário e hostil que houver contra eles (Is 52:9, 13:14).
Em relação aos Cristãos, a redenção é vista de quatro maneiras:

1)    REDENÇÃO DE NOSSAS ALMAS – É algo que ocorre de uma vez por todas quando recebemos Cristo como nosso Salvador. Somos libertados da sentença de condenação que estava sobre nós (Rm 3:24; Gl 3:13, 4:5; Ef 1:7; Cl 1:14; Tt 2:13-14; Hb 9:12; 1 Pe 1:18). Uma vez redimidos dessa maneira, nunca precisaremos ser redimidos novamente.
Esse aspecto da redenção tem em vista a libertação do crente para que ele possa fazer a vontade de Deus – em adoração e em serviço. Isso é ilustrado tipicamente nas palavras do Senhor a Faraó por meio de Moisés: "Deixa ir o Meu povo, para que Me sirva" (Êx 8:1). Como regra geral, uma vez que a palavra redimir significa "libertar", redenção sempre é apresentada na Escritura como sendo "de" ou "para fora de" alguma coisa adversa que manteve as pessoas em servidão (Êx 15:13; Sl 25:22, 49:15, 130:8; Jr 15:21; Mq 4:10; Rm 8:23; Gl 3:13; Tt 2:14). (Na KJV, Ap 5:9 diz: "Redimiu-nos para Deus ...", mas redimido não é a palavra correta, deveria ser traduzido: "Comprados para Deus". [n.t.: como está na tradução ARC])

2)    REDENÇÃO DO NOSSO TEMPO – Esse aspecto da redenção é algo que deve acontecer durante toda a nossa vida como uma questão de exercício diário. Ela tem a ver com libertação do "tempo" ("aproveitar todas as boas e favoráveis oportunidades" – nota de rodapé da tradução de J. N. Darby) e usá-lo para o Senhor. Esse aspecto da redenção é mencionado duas vezes na Escritura, cada uma tendo a ver com uma esfera diferente de atividades e serviços Cristãos.

  • Devemos colocar o tempo livre em nossas vidas para ser usado para promover comunhão e encorajamento dentro da comunidade Cristã (Ef 5:15-21 – "entre vós").
  • Devemos colocar o tempo livre e as oportunidades para serem usados na pregação do evangelho para aqueles que estão fora da comunidade Cristã (Cl 4:5 – "os que estão de fora").
Deus colocou esta preciosa mercadoria – o tempo – em nossas mãos. Alguns receberam mais, e outros menos. Tem sido falado que o maior desperdício de tempo é gastá-lo na satisfação de seus próprios interesses, mas o melhor uso do tempo é empregá-lo ao serviço do Mestre.

3)    REDENÇÃO DE NOSSOS CORPOS – Isso ocorrerá no Arrebatamento quando seremos glorificados como Cristo (Rm 8:23; 1 Co 15:51-57; Ef 4:30; Fl 3:21). Naquele momento, seremos libertados de todos os obstáculos que tocam nossos corpos físicos. Esse aspecto da redenção inclui a erradicação da nossa natureza caída pecaminosa.

4)    REDENÇÃO DE NOSSA HERANÇA – Isto ocorrerá na Aparição de Cristo quando os juízos do Senhor serão derramados sobre a Terra (Ef 1:14). A herança inclui todas as coisas criadas no céu e na Terra. A herança foi "comprada [adquirida]" pela obra de Cristo na cruz (Hb 2:9 – "provasse a morte por todas as coisas" JND), mas ainda está em uma condição de escravidão sob os efeitos do pecado e precisa ser redimida (Rm 8:20-22).

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Muitos confundem "comprados" com "redimidos", assumindo que são a mesma coisa – mas esses termos não são sinônimos nas Escrituras. O Sr. Kelly disse: "A palavra 'comprar' não significa 'redimir', mas esses dois pensamentos foram tão confundidos nas mentes dos Cristãos de um modo geral, que a diferença foi completamente ignorada pelas duas partes que se opõem uma à outra como tem sido por 1.400 anos... O fato notável é que ambas concordam em considerar essas duas palavras como equivalentes; a ponto de não se pensar em discriminá-las; existe uma confusão habitual das duas ideias em 'compra' e 'redenção'" (Bible Witness and Review, vol. 2, pág. 433). A verdade é que redimido inclui ser comprado, mas vai além do pensamento de compra para introduzir o fato de ser libertado. Comprado tem a ver com uma mudança de dono; enquanto que redimido tem a ver com uma mudança de condição. Efésios 1:14 prova que existe uma diferença entre comprado [compra] e redimido. Ele nos diz que há algo – a "possessão adquirida" - ATB (que é a herança) – que foi comprada, mas que ainda não foi redimida. O que isso poderia significar, se ambos os termos fossem sinônimos? Todos os homens e todas as coisas foram comprados por Cristo e, portanto, pertencem a Ele (Mt 13:44; Hb 2:9), mas somente aqueles que possuem a aquisição de Cristo pela fé são redimidos. Assim, os homens e mulheres perdidos neste mundo foram comprados (2 Pe 2:1), mas eles não são redimidos.
A ilustração a seguir nos ajuda a entender a diferença entre comprado e redimido. Suponha que você veja um cão enjaulado preso a um dono cruel. Muitas vezes você presencia a cena lamentável do homem cruel batendo e maltratando seu cachorro. Para libertar o cão de tal crueldade, você se aproxima do dono com uma oferta para comprar o animal. O homem aceita a oferta, declara seu preço e você paga o valor. Você compra o cachorro e a jaula e sai. Nesse ponto, o cão foi comprado; ele tem um novo dono. Houve uma mudança de propriedade, mas não houve uma mudança de condição – o cão continua preso na jaula. Mas quando você chega em casa e abre a jaula e o cachorro sai e corre, então há uma mudança de condição – o cão é liberado ou libertado! Esse é o significado da redenção; ela implica não apenas ser adquirido, mas também ser liberado. W. Scott disse: "A redenção é uma coisa muito diferente da compra [aquisição]; a primeira se refere a uma mudança de estado ou condição, enquanto a última apenas indica uma mudança de dono. Você pode comprar um escravo, mas isso não é libertação do estado de escravidão" (Handbook of the Old Testament, pág. 370). (Veja: Compra.)

domingo, 8 de outubro de 2017

PROPÓSITO E CONSELHO DE DEUS, O


PROPÓSITO & CONSELHO DE DEUS, O – J. N. Darby disse: “Propósito é a intenção da Sua vontade, e conselho é a sabedoria que Ele emprega para realizá-lo” (The Christian Friend, vol. 9 [1882], pág. 221). W. Scott disse que propósito “refere-se ao fato abençoado de que o próprio Deus, no exercício de Sua própria vontade divina e soberana, concebeu um sistema de governo e glória para ser manifestado nos próximos séculos”. Ele também disse que “conselho é um termo que indica a forma, os meios e o método para realizar esse propósito” (Doctrinal Summaries, pág. 46; Truth For the Last Days, vol. 2, pág. 166). G. Davison disse: “O termo ‘conselho eterno’ nunca é mencionado na Escritura, mas ‘propósito eterno’ é (Ef 3:11)... Propósito requer conselho e disso provém os caminhos de Deus. Ainda não encontrei Escritura conectando propósito com os caminhos de Deus, mas temos pelo menos duas conectando Seus caminhos com Seu conselho (At 2:23; Ef 1:11)... Propósito é o objetivo que Deus tem diante de Si; Pessoas divinas tomaram conselho quanto a como o propósito deveria ser assegurado; e os caminhos de Deus estão trazendo tudo a efeito” (Precious Things, vol. 4, pág. 221).


TERRA PROFÉTICA, A



TERRA PROFÉTICA, A – Essa expressão não é encontrada na Escritura, mas o que ela transmite certamente é. Os que ensinam sobre a Bíblia utilizam-na para indicar uma esfera específica na Terra, onde muito da profecia será cumprida, particularmente em conexão com a besta romana.
Na verdade, existem três esferas na Terra onde a profecia será cumprida. Esses são círculos concêntricos, cada um com uma abrangência mais ampla, e cada um tem diferentes graus de luz de Deus e, portanto, estão num nível diferente de responsabilidade para com Deus. Essas esferas são:
  • A “terra” (“land” em inglês) – A porção da terra que foi prometida a Abraão e seus descendentes – a herança total de Israel, cobrindo cerca de 770 mil quilômetros quadrados de terra. (A versão King James traduz equivocadamente isso como a “terra” (“earth” em inglês) em muitos lugares e, portanto, o estudante das profecias precisará consultar uma tradução mais crítica, como a de J. N. Darby, em Is 26:18, 28:22; Mt 24:30 etc.). Esse é o círculo menor.
  • A “terra” (earth) – A porção de terra onde, no passado, o antigo Império Romano exerceu sua autoridade, e onde o Império Romano revivido, sob o domínio da besta, também terá seu território no futuro. Inclui “a terra”, mas também engloba a Ásia Menor e Europa Ocidental. Alguns acreditam que, pelo fato de a América ter sido amplamente povoada por povos que saíram da Europa (Dn 2:43), os Estados Unidos e o Canadá poderiam fazer parte dessa esfera. Essa área é referida pelos que ensinam sobre a Bíblia como “a terra profética”, ou “a terra romana”, ou “a terra profética ocidental”. Ela é mencionada 14 vezes em Apocalipse 8-9, pela expressão “a terça parte”. “A quarta parte da terra” é uma parte restrita da terra profética – a Europa Ocidental (Ap 6:8).
  • O “mundo” (“world” em inglês) – Essa é uma esfera mais ampla ainda, cobrindo todo o globo, considerando também as nações periféricas.
Todos esses três termos aparecem ocasionalmente em uma passagem da Escritura – Is 18:2-3, 24:1-6, 26:9-10, 18-19.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

PROFECIA


PROFECIA – Existem dois tipos de profecias mencionadas no Novo Testamento:
  • Profecia que prediz eventos futuros e também transmite revelações de Deus aos santos (At 11:28, 21:10-11).
  • Profecia que diz a mente de Deus vinda da Palavra de Deus de tal maneira que resulte na “edificação, exortação e consolação” dos santos (1 Co 14:1, 3).
O primeiro deles era encontrado nos primeiros dias da Igreja, mas quando as Escrituras do Novo Testamento foram concluídas, esse aspecto da profecia não continuou. A Igreja foi edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas” (Ef 2:20, 3:5). Uma vez que o fundamento foi estabelecido, esses dois dons fundamentais não foram mais dados à Igreja por Cristo. No entanto, ainda temos seu ministério fundamental em seus escritos inspirados no Novo Testamento. O segundo tipo de profecia ainda tem a sua função hoje em dia.

O SACERDÓCIO DE CRISTO, O

SACERDÓCIO DE CRISTO, O – Essa é uma das duas funções que compõem o presente trabalho do Senhor nas alturas para o Seu povo – Seu sacerdócio e Sua advocacia. Ambos têm a ver com a intercessão (Rm 8:34), mas de diferentes maneiras:
  • Sua intercessão como Sacerdote tem a ver com a manutenção de Seu povo no caminho de fé para que eles não falhem (Hb 7:25).
  • Sua intercessão como Advogado entra em operação se e quando eles falham no caminho de fé e precisam ser restaurados (Lc 22:32; 1 Jo 2:1-2). 
Quanto ao sacerdócio do Senhor, Ele intercede para nos ajudar no caminho. O efeito de Sua obra de intercessão é que somos mantidos no caminho certo e, portanto, somos salvos dos perigos espirituais no caminho (Hb 7:25). Como nosso Sumo Sacerdote, Ele tem empatia com nossas fraquezas e debilidades, mas não com os nossos pecados (Hb 2:17-18, 4:14-16).
Muitos têm se perguntado por que alguns do povo do Senhor falham quando têm o Senhor intercedendo por eles para que não falhassem? Eles ficam perplexos porque nosso fracasso no caminho certamente não poderia ser devido a uma falha em Sua obra sumo sacerdotal. R. F. Kingscote escreveu ao Sr. Darby perguntando-lhe sobre isso e ele respondeu: “Intercessão é um termo geral, usado até mesmo do Espírito Santo em nós (Rm 8); mas o sacerdócio (em Hebreus) é para com Deus, por misericórdia e graça para ajudar em tempo de necessidade: advocacia é para com o Pai para restaurar a comunhão quando pecamos. Você não tem o sacerdócio por pecados em Hebreus porque o adorador, uma vez purificado, não tem mais consciência de pecados. Isso responde suas três primeiras perguntas, só não o final da terceira; ‘Por que falhamos?’ É porque faz parte do governo de Deus em nos ter responsavelmente exercitados, embora não sem graça suficiente para nós e o poder aperfeiçoado na fraqueza. Mas se esquecemos nossa fraqueza e dependência, também esquecemos a graça e estamos a caminho de uma queda. Veja o caso de Pedro, o Senhor não pediu que ele não fosse peneirado; Ele queria isso. O mal não está na queda, por mais dolorosa que seja, mas no estado que ela manifesta. Deus pode permiti-la para que possamos aprender isso” (Letters, vol. 2, pág. 274).
Assim, se o nosso estado é fraco e não estamos ouvindo a voz do Senhor a esse respeito, Ele pode nos permitir aprender dependência por meio de um fracasso humilhante. Assim, em certas ocasiões, Ele pode deixar de interceder em Sua forma habitual. No caso de Pedro, o Senhor não orou para que ele não caísse, mas quando ele caísse, para que sua fé não desfalecesse (Lc 22:32). Sua intercessão levou à restauração de Pedro. Assim, para ganhar com a intercessão sacerdotal do Senhor, devemos ser responsavelmente exercitados a “por Ele” nos achegar “a Deus” (Hb 7:25), o que implica expressar dependência em oração. Se habitualmente negligenciarmos isso, não podemos esperar ser mantidos.




SACERDÓCIO DOS CRENTES, O


SACERDÓCIO DOS CRENTES, O – três esferas de privilégio e responsabilidade que os Cristãos têm na casa de Deus – sacerdócio, dom e ofício.
Quanto ao sacerdócio dos crentes, o livro de Apocalipse nos ensina que todos os Cristãos são “sacerdotes para Deus”, e que foram feitos assim pela obra consumada de Cristo na cruz (Ap 1:6, 5:10). O apóstolo Pedro confirma isso, ao dizer que somos um “sacerdócio santo” que tem o privilégio de “oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis [aceitáveis – TB] a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2:5, 9). Considerando que todos somos sacerdotes, a epístola aos Hebreus exorta os Cristãos como um todo a aproximar-se de Deus dentro do véu (no Santo dos Santos) e a dedicar-se a algo que apenas os sacerdotes podem fazer (Hb 10:19-22). Tal exortação não foi dada a nenhum outro senão àqueles que são sacerdotes. Além disso, o fato de que essa epístola diz que o Senhor é “um Sumo Sacerdote” implica que há uma casta de sacerdotes abaixo d’Ele.
Uma vez que a Escritura ensina que todos os Cristãos são sacerdotes e que todos os irmãos têm o mesmo privilégio de exercer seu sacerdócio publicamente na assembleia, em reuniões para adoração e oração, precisamos apenas esperar no Espírito de Deus para conduzir as orações e louvores dos santos. Se permitirmos que Ele conduza a assembleia, em Seu legítimo lugar, Ele guiará um e outro irmão para expressar audivelmente a adoração e louvor como a boca da assembleia. Claro que o exercício das funções sacerdotais não se limita à assembleia, mas também pode ser exercido em particular, em qualquer lugar e a qualquer momento.

PREDESTINAÇÃO


PREDESTINAÇÃO – Isso tem a ver com a soberania de Deus ao preparar o destino daqueles a quem Ele escolheu para a bênção (Rm 8:29; Ef 1:5 – “nos marcou de antemão” JND). A eleição está intimamente relacionada com a predestinação, mas não são a mesma coisa. A diferença é:
  • “Eleição” tem a ver com pessoas escolhidas (Rm 11:5, 7, 28; 1 Ts 1:4; 2 Pe 1:10).
  • “Predestinação” tem a ver com o lugar (o destino) que foi escolhido para essas pessoas (Rm 8:29-30; Ef 1:5, 11).
A Bíblia ensina que Deus tem predestinado o justo para a bênção, mas não há Escritura que declare que Ele tem predestinado pessoas para uma eternidade perdida. Deus ama a todos os homens, “não querendo que nenhum pereça” (2 Pe 3:9 – ARA; 1 Tm 2:4). Romanos 9:22 fala de homens que são “vasos de ira preparados para perdição”, mas Deus não os preparou como tais; eles se prepararam a si mesmos por sua própria incredulidade. (Veja: Eleito, O (Escolhido)